quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

CATAVENTO




Há já vários dias alterei a foto do meu perfil, no face, como viram. Mas parece que tenho uns amigos da onça… foram poucos o que nele repararam.
Não é um catavento qualquer. Poço dizer-vos que é peça e obra única. É uma peça de autor, com assinatura.
Pois… essa é mais uma faceta. Tudo o que era preciso ou sonhava fazia...
A certa altura, aqui há uns anos, passei numa loja em que se vendiam cataventos.  Para além de caros eram muito mal acabados.
Perfeccionista até ao último pormenor, aqui vai disto. Comprado o material necessário, nas minhas poucas horas vagas, na altura, lá estava eu o martelar.
Feitas todas as peças que entendi serem precisas havia que juntar o puzzle, soldando-as. O problema era: e agora, vou a um serralheiro soldar isto tudo… ele vai mandar para a outra banda…
Não há problema. Fui a uma loja da especialidade e zás, compra-se um aparelho de soldar. Só que eu não sabia soldar… mas consegui.
Acabou por ficar mais caro, mas fiquei com as ferramentas...
Hoje já não o poderia fazer, pois não posso usar tais aparelhos por causa do meu coraçãozito metálico.
Mas voltando ao catavento. Não é uma peça qualquer. Ele indica com precisão os pontos cardeais e o seu eixo trabalha com rolamentos. Só tem que se lubrificar de vez em quando.
Agora está lá na quintinha a indicar o norte ao caseiro…
Vejam lá se não sou um artista multifacetado! Digam que sim…para alimentar o meu ego…

NÃO SE ESQUEÇAM: SEJAM FELIZES

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

RECORDAÇÕES/AS MINHAS AVENTURAS




AS MINHAS AVENTURAS

Direis vós: do que é que este se lembrou agora? Fotografias de tractores! Oficina/garagem!

Acontece que embora me deite relativamente tarde, acordo muito cedo. Vai daí, começo a “fazer filmes”. Vêm-me à memória factos e episódios antigos, e ainda bem, pois os mais recentes…não quero pensar neles.
O que vos vou relatar, ocorreu há cerca de 56 anos. É verdade, já estou a ficar velhito.
Era um miúdo curioso que gostava de mexer e experimentar tudo.
Então aqui vai:
- Os meus pais como, aliás, toda a gente lá na terra cultivava batatas, para além de outras coisas. No verão, é claro, era preciso regar. Quem se encarregava dessa tarefa era a minha mãe.
Havia, então, um terreno num sítio denominado de “Naba” onde havia um batatal que precisava de rega. Havia lá um poço, mas tirar a água com a “cegonha” já não era tarefa fácil para a minha mãezinha. O motor de rega estava numa outra horta na Laganhosa, um bocado distante.
Percebi o problema e prontamente disse: “mãe eu mudo o motor com o tractor, mas não digas nada aos meus irmãos” que, por acaso estavam ausentes naquele dia…
Eu teria aí os dez anitos…
É por isso que aqui publico a foto do tractor cinzento. Não me parece exactamente igual, mas foi o que encontrei na Net, já que fotografias da altura…não há.
Tratava-se de um tractor da marca Massey Ferguson, de 25 cavalos de potência. Era uma bomba…
Tinha um pormenor interessante: não tinha chave de ignição para o arranque. Depois de ligar punha-se a trabalhar com a alavanca de velocidades numa determinada posição. Sim, não estou a inventar. Nunca o tinha posto a trabalhar. Experimentei no sitio que pensava ser, mas nada.
Por sorte, no local onde estava, onde na foto está o azul, era/é uma descida. Não há problema: engata, destrava e aí vai ele… “pegou de empurrão”.
Eu já sabia guiar, e aí vou eu. A minha mãe foi a pé, claro…
Fiz a mudança. Pedi à mãezita que nada dissesse. Só que me esqueci do rasto.
O meu irmão Francisco, teve que ir para aqueles lados, logo a seguir, e deve ter visto os rastos e perguntou quem tinha mudado o motor.
A minha mãe toda feliz: “foi o Joaquim com o tractor e já reguei”.
Mais comentários para quê. Só que dali em diante: “já sabes mexer…faz”.

****
Se quiserem vejam um outro episódio ocorrido com este tractor no arquivo deste Blog, publicado em 22/11/2010, com o titulo DE MARCHA ATRÁS.

SEJAM FELIZES

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


RECORDAÇÕES 3 (complemento)

Como referi no post anterior não tenho fotos da Laganhosa (Tó-Mogadouro), mas o meu caro amigo Antero Neto enviou-me as que seguem:

 A tal "Charca"

Bebedouro (muito bem restaurado...)

Fonte que nunca seca



Forno (para recuperar???...)

Gostaria de vos deixar outras fotografias que pudessem mostrar o era a Laganhosa, antes da intervenção desastrosa ali levada a efeito, mas como já disse não tenho.
Por isso fui ao goolge maps e tentei identificar  o local, com algumas notas. Se quiserem vêr, basta clicar no link que segue:
 <https://maps.google.com/maps/ms?msa=0&msid=206660811266473830638.0004d585c184bab78d80c&hl=pt-PT&ie=UTF8&t=h&vpsrc=6&ll=41.326718,-6.578434&spn=0.001178,0.002411&z=19>

Quando tiver mais, voltarei...

Não se esqueçam de serem FELIZES

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

FORNOS/TELHA DE CANUDO



FORNOS/TELHA DE CANUDO- Recordações

Nestas andanças pela blogosfera, há dias, vi uma referência aos fornos de telha que havia na Laganhosa, da freguesia de Tó-Mogadouro, a minha terra…
Esse facto trouxe-me à memória o fabrico de telha de canudo que ali era praticado:
Eu era uma criancinha de poucos anos, mas lembro-me quase em pormenor dessa actividade.
Os meus pais, para além dos moinhos na ribeira, que depois foram substituídos por uma moagem, agora em ruinas, na sede a freguesia, detinham inicialmente um forno de cozer telha, precisamente na Laganhosa.
Havia um outro que penso ser dos meus avós maternos, mas que nunca vi funcionar e um outro que era dos Aragões.
O meu pai construiu ou mandou construir um outro, num terreno que ali possuía e que mais tarde foi destruído, quando findou esta actividade.

O fabrico de telha era como é óbvio, efectuado no verão:
O barro para o efeito era colhido, se bem me recordo, nuns barreiros existentes junto do cruzamento de Tó e em outros locais. Era levado para a Laganhosa, onde, em terreno público havia uns barreiros, uma espécie de piscinas, cavados na terra. O barro era ali depositado e depois de amolecido durante alguns dias era pisado com juntas de vacas, até ficar uma pasta consistente e moldável.
Era então que entravam em acção os “artistas”: Lembro-me, sobretudo, do meu irmão Domingos. Num atelier improvisado (buraco no chão) havia uma prancha inclinada aí a 45º. Sobre ela era colocada uma forma em ferro com a parte exterior da grossura a que a telha havia de ficar; pulverizava-se essa prancha com cinza, para o barro não agarrar; colocado ali o barro era estendido por toda a forma com uma espécie de rolo. De seguida arrastava-se, sem levantar, para cima do “galapo” (artefacto de madeira com um cabo e arredondado na forma da telha) que era transportado, normalmente por raparigas, para uma espécie de eira, onde outro “artista” depositava a telha e retirava o galapo e onde a telha ficava a secar.
Chamava-se à tarefa das raparigas: “andar ao galapo”.

Depois de alguns dias a secar a telha era levada para os fornos, onde era depositada, ao alto e em camadas.
Cheio o forno, era, então, ateado fogo queimando-se enormes quantidades de lenha, previamente transportada para o local.
Depois de cozida e arrefecida era desenfornada para se voltar a repetir a mesma tarefa.
Não havia tempo a perder, pois este trabalho só podia ser feito no Verão.

Esta actividade acabou com o surgimento da “telha marselha”, mais ou menos plana que ainda se vê em alguns telhados.

Já há muitos anos que não vou à Laganhosa, local que era uma beleza se tivesse sido aproveitado e preservado para memória futura… Ao invés disso, a última vez que ali passei, vi que destruíram o vale e fizeram uma “charca” (?) ou lá o que isso é.
Dos fornos nada sei, pois embora fossem propriedade privada, nada me custa a crer que também tenham sido destruídos… O mesmo que fizeram ao canal que alimentava um chafariz que servia de bebedouro para o gado passando-lhe com uma máquina por cima. Lamentável…
Tenho pena, mas não tenho fotografias do local e de certeza que já lá não vou recolhê-las…

Sejam FELIZES