sábado, 30 de outubro de 2010

TÓ - UM POUCO DE HISTÓRIA

BREVE HISTÓRIA DA FREGUESIA DE TÓ

Nota:
Quando quis dizer aqui algo sobre a terra que me viu nascer, fiz várias pesquisas, mas por que nada percebo disso, socorri-me do meu amigo Antero do Neto, de ”mogadouro(ho mogadoyro) que teve a gentileza de me enviar o texto que segue. Nele fiz algumas alterações e acrescentos e por isso peço desculpa ao seu autor, que desconheço. Muito obrigado a ambos.
E já agora digo-vos que vale bem a pena visitar a região, sobretudo na Primavera. Façam-no, pois ali, também é Portugal.


"A freguesia de Tó, curioso nome, único no nosso país, situa-se na parte oriental do concelho de Mogadouro, não muito longe da fronteira espanhola.  Dista treze quilómetros da sede do concelho. Começamos mesmo pelo topónimo Tó.  Segundo alguns autores, tó é o nome de uma flor que surge com abundância nesta região e que o povo colhe com cuidado por lhe reconhecer grandes capacidades curativas nos maus-olhados.  No entanto, parece ser mais crível a teoria segundo a qual Tó seria o genitivo do nome pessoal germânico Thou ou Teudo, rei visigótico do século VII.  Joseph Piel é um dos que apoia esta teoria.  O povoamento inicial da freguesia remonta à pré-história.  Pena Mosqueira é um núcleo constituído por quatro monumentos megalíticos do período Neo-Calcolítico.  Trata-se de um dólmen, cuja parte principal da couraça pétrea parece estar ainda intacta.  No sítio arqueológico de Fraga da Moura, foram detectados vestígios de arte rupestre.  Situado junto à ribeira do Cantinho Novo, ali terá existido uma escultura rupestre do tipo pegada ou ferradura.  Não se conhece o local exacto em que se encontra, ou mesmo se ainda existe.  De datação indeterminada é também o povoado fortificado de Castros.  Sobranceiro à ribeira de Trás, foram detectados à superfície do solo alguns fragmentos de tégula e de cerâmica romana.  No sítio de Poço do Ouro, apareceram diversos achados: fragmento de mó manual em granito, afeiçoada lateralmente; um moinho manual, dormente em granito, afeiçoado lateralmente; e uma escultura ou sulcos cruciformes num afloramento granítico do local.  Nos primeiros tempos pós-fundação da Nacionalidade, Tó parece ter constituído um vilar velho, ou seja, um simples terreno, ou núcleo de terras, pertencente ao termo de Aliste, primeiro, e depois ao de Miranda.  Em termos paroquiais, a respectiva erecção só deve ter ocorrido por volta do século XVI.  Antes, seria apenas uma parte da paróquia de S. Pedro da Bemposta, à qual estava também ligada em termos administrativos.  No que diz respeito ao património edificado da freguesia, destaca-se a Igreja Paroquial de Santa Maria Madalena, situada no centro da freguesia.  É uma das melhores igrejas deste concelho e uma das que se encontra em melhor estado de conservação.  Começou a ser construída ainda no século XVI, mas em 1621 sofreu obras de ampliação.  Mesmo assim, todo o edifício apresenta linhas muito elegantes, harmoniosas e bem proporcionadas.  Tem torre sineira, de dois pisos, adoçada à fachada principal.  No interior, realça-se a capela-mor abobadada, com uma pintura do Santíssimo Sacramento no centro.  A nave é dividida em quatro tramos por três arcos de diafragma.
Área: 2360 há.
População: 350 habitantes.

“” O lugar, propriamente dito, é grande, tem inúmeras habitações que terão, forçosamente, que estar desabitadas, dada a população actual. Lembro-me de, em criança, as ruas, mesmo durante a semana, estarem repletas de gente activa. Recordo também que, durante algum tempo, quando ali ia visitar os meus pais, encontrar muitos jovens, rapazes e raparigas, que eu não conhecia. Eram filhos dos que tinham lá ficado. Alguns anos mais tarde já conhecia toda a gente, pois eram os “velhos” que restavam. Aqueles filhos quase todos tinham saído procurar sustento noutras paragens.
Naquela altura o forte da freguesia era o cultivo do trigo. Porém os iluminados do poder, atraídos, talvez, pelo lucro das importações, pagaram/subsidiaram os agricultores para que deixassem as terras entregues ao “sr. silva” e o resultado foi o abandono, o empobrecimento e a desertificação.””

Património cultural edificado: Igreja Matriz (Restaurada), Fornos da Telha, Capelas de S. Pedro, do Santo Cristo ou Senhor Da Piedade, Fontes do Lugar, do Chafariz, da Moca em Maria Paz, Lavadouro Público, Fonte de Vilar de Rei em Carriça, Nicho da Nossa Senhora de Fátima na Rua da Rodela, Nicho de S. Cosme e S. Damião, Nicho de S. Caetano em Moinho da Ulmeda (Restaurado) na Rua da Barrosa, Fonte do Milho.
Património Paisagístico: Zona do Castelinho da Serra (Miradouro), Poços do Alto, Lagoa Própria (à Entrada da Povoação), Lagoa de Lagoa Esquerda, Lagoas (junto à Mãe D'água), Barreiro (Antão lugar de extracção de barro, hoje Lagoa), Vale das Rias.
Feiras: Feira Mensal no dia 11 de cada mês, Feira Anual dia 11 de Novembro (Dia de S. Martinho) com matança de Porco, Almoço de Convívio, de Touros.
Festas e Romarias: Festas do Menino ou do Farandulo no 1º dia do Ano; de S. Sebastião a 20 de Janeiro; de Stº António; de Stª Maria Madalena a 22 de Julho; de S. Pedro a 29 de Julho; de Stª Bárbara (Festa Principal) a 15 de Agosto;  de S. Cosme e de S.Damião a 27 de Setembro; de Stª Cruz a 14 de Setembro.
Gastronomia: Matança do Porco, Enchidos (Salpicão, Linguiça, Alheira), Bolito com cascas, Posta mirandesa (com carne da própria Freguesia), Borrego assado ou estufado, Arroz de cabidela, Leitão bizaro .
Locais de lazer: Parque de Merendas (junto ao Moinho da Ulmeda), Salão da Casa do Povo.
Espaços lúdicos: Jardim do Santo Cristo.
Artesanato: Torneados de Madeira, Rendas.
Orago: Stª Maria Madalena.
Principais actividades económicas: Agricultura, Pecuária, Produção de Carnes Mirandesas, Suinicultura (Raça Bizara), Pequeno Comércio, Moagem de Cereais, Serralharia, Carpintaria, Cantaria, Construção Civil.
Colectividades: Associação de Caça e Pesca de Tó.”
(Olhem quis postar aqui algumas fotos, mas o servidor diz que não. Como não percebo nada, fica para outra vez)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O PRÉMIO

Esta rosa, a única existente no"quintal", e as romãs, também do "quintal", são o PRÉMIO para a Sideny, por ter sido a primeira a visitar-me e a comentar na minha "nova casa". Obrigado e beijinhos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MISSÕES - MOÇAMBIQUE

PAIS ORFÃOS -2 

Não tinha intenção de trazer a este espaço qualquer referência a um outro, de cariz diferente, mas concluí que eles são indissociáveis.
Lembram-se de PAIS ORFÃOS?
Ontem o nosso amigo P. Pedro tinha combinado mais um almoço connosco e com o casal Dª Graça e Paulo.
Como habitualmente, às onze, quando estamos no “quintal”, fomos à missa.
De alguma forma fomos surpreendidos pela grande afluência. A igreja estava a “abarrotar”. É que se tratava de “enviar” uma missionária leiga para Moçambique onde irá ajudar, sobretudo, crianças.
A missa foi concelebrada por dois Padres Missionários Combonianos e pelo Padre Pedro.
Durante ela foi apresentada à comunidade, pelo presidente da assembleia, a Liliana ou “Lili”, filha de um casal cá da terra. Conhecíamos o avô dela, a mãe e o pai, mas destes, nem sequer sabíamos que eram um casal. Toda a nossa vida foi passada, ao cabo e ao resto, fora daqui.
A “Lili” foi muito acarinhada por todos. Ela sentia, disse-nos mais tarde, a necessidade de partir, em missão, ajudar quem mais precisar. Por isso há dois anos juntou-se aos leigos combonianos e, agora pronta, vai partir no dia 9 de Novembro para Moçambique, por dois anos, pelo menos.
Menina de trato fácil, simples e muito bem-falante, muito raro cá na terra. Era catequista, participava no coro e em muitas outras actividades.
Mas como ia dizendo o P. Pedro tinha combinado aquele almoço. Quando já íamos para a viatura, perguntei-lhe pelos colegas dele.
“AH, isto foi mal combinado, eles tem um lanchinho no clube e depois eu vou ter com eles”. “Qual quê! os quatro ao mesmo tempo, “vamos arranjar uns comes e vamos todos”. E assim foi. Reunimo-nos todos, no clube, para os comes.
Foi aí que falamos com a “Lili”, como disse de trato fácil e muito bem-falante, que não nos conhecia…
No final fomos os quatro para nossa casa onde passamos a tarde. O P. Pedro juntou-se-nos mais tarde e, imaginem, passamos um bom bocado a jogar “ao burro”…
Foi um dia muito diferente e não podemos deixar de agradecer ao P. Pedro e ao casal Dª Graça e Paulo.
            À “Lili” desejamos as maiores felicidades e que tudo lhe corra bem neste caminho que o seu coração escolheu.

sábado, 23 de outubro de 2010

VIAGEM FIM-DE-CURSO

HÁ MUITOS ANOS

NOTA PRÉVIA:
Não sou escritor e nem tenho pretensões a sê-lo. Prometi que ia escrever acerca de coisas de que me fosse lembrando, sem qualquer ordem. A verdade é que nestes últimos tempos me têm vindo à memória coisas e factos ocorridos há muitos anos e, diga-se de passagem, com alguma saudade. Será isso sinal de algo que está para vir? É que já ouvi ou li que isso costuma ser o preâmbulo de determinada enfermidade… Só me faltava essa…
Por outro lado, fez na noite passada cinco anos que renasci. É verdade, depois de um violento enfarte agudo do miocárdio, consegui sobreviver com 30% do coração. Agora cá ando…
Posto isto:

VIAGEM DE FIM-DE-CURSO
(Especialmente dedicado aos meus colegas que não vejo há anos...)
Nos idos tempos de 1966, se não estou em erro, terminado o antigo 5º ano do Liceu, no então, Colégio de Nª Senhora do Caminho, foi organizada uma viagem de fim-de-curso a Santiago de Compostela. Dos meus colegas, de então, só voltei a ver, nestes anos todos, o Albino Peixe que se veio a fixar no mesmo concelho que eu e o Branco e o Figueira que foram meus colegas de profissão, embora em locais diferentes. Encontrei o Manuel Fernandes que também foi meu colega, mas já não sei se só no Colégio se também na Régua, por onde passei. A determinada altura da minha carreira fui encarregado de chefiar um núcleo regional de um laboratório em que ele era técnico. Tive que ir várias vezes à sede, onde o encontrei. Foi ele que me reconheceu. Tinha andado pelo jornalismo até que foi ali parar.
Dos restantes, já poucos nomes me lembro: a minha amiga Ermelinda que terá ido para o Porto, o Abílio e o irmão Manuel, o Beto, o Tico, o Machado, o Mário, os irmãos António e Armando Salomé, o Dino e a Natividade, advogada em Lisboa. Esta minha amiga, um dia, há vários anos, ligou-me. Estava a meio de um serviço que não queria nem devia interromper. A par de outras coisas era eu, na altura, orientador de estágio. Pois a minha amiga e colega queria que ajudasse um seu sobrinho que vinha a uma das faculdades de Coimbra prestar provas para admissão na Instituição onde eu trabalhava. Fiquei feliz por me ter ligado e me ter dito que tinha acompanhado a minha carreira… Fiquei desolado por não poder satisfazer o seu pedido. Estava numa posição muito difícil. Se interferisse, o que ia de encontro aos meus princípios, pois não gosto de cunhas, corria o risco, de mais tarde, ter que contribuir para a sua, eventual, exclusão. Respondi secamente que nada podia fazer… Desculpa Natividade. Espero que continues a ser minha amiga.
Dos restantes, e eram muitos, lembro-me das caras, mas nada mais. Espero que a todos tenha corrido bem a vida, tenham e continuem a ser felizes. É que aquele episódio de há cinco anos, e outros que entretanto surgiram, deixou marcas.
Vou-vos deixar algumas das velhas fotografias, de fraca qualidade, diga-se, que descobri no baú das minhas recordações, pode ser que alguém passe por aqui e se lembre:






quinta-feira, 21 de outubro de 2010

UM MODELO DIFERENTE

Está na hora de ver o resultado dos acertos. Por isso vou deixar-vos aqui um novo modelo da Renault, pelo menos com 5 anos, foi quando passei na "exposição".
Estava exposto nos terrenos de uma carpintaria/serração que existe ou existia no cruzamento onde se vê a placa "TÓ".
Essa carpintaria é ou era dos filhos do Sr. Lousas, carpinteiro lá da terra, junto do qual passava, em miúdo, muito tempo já que era vizinho dos meus pais.
Lembro-me que, numa altura já muito distante, apareceram por lá uns espertos a comprar velharias, sobretudo arcas que ele consertava. A determinada altura acabaram, mas ele não desistiu... Toca de fazer arcas novas de raiz, recorrendo a madeira mais velha.
"Então, ó Loisas, assim não são velharias..." ,"ai são, são. Pega aí nesse martelo e bate com ele, nas tábuas, onde te apetecer... e não digas nada."
E eu, contente por ajudar, toca de martelar... De seguida, queimou, chamuscou, deu banho de não sei o quê, e aí está uma arca velha, acabada de fazer...
O certo é que os espertos das velharias a levaram e a outras, sem que de nada se tenham apercebido...
Parece que os filhos também inventaram um modelo da renault:


Gostam deste modelo? Não sei se está à venda...

Um bom fim-de-semana para todos. Amanhã vou a mais um exame para a revisão, dia em que renasci, há cinco anos.
Obrigado a todo o pessoal do Centro de Saúde e dos HUC que me devolveram a vida, na noite de 22 para 23.
Passem bem e sejam felizes

terça-feira, 19 de outubro de 2010

OLÁ DE NOVO

Isto é para os seguidores de um outro blogue, também sob minha administração.
Tentem vir por aqui para ver se isto funciona. Gostaria de testá-lo, antes de começar a divagar por outras áreas.
Obrigado
JB

domingo, 17 de outubro de 2010

OLÁ, BEM VINDOS

A todos os que visitarem este blogue, ainda e fase de construção, agradeço desde já. Deixem um comentário, nem que seja um simples olá.
Até há bem pouco tempo não pensava em navegar por estas águas. As coisas alteraram-se e "tive" que continuar um outro blogue.
As razões não as vou referir aqui, pois a minha intenção é, se for capaz, desligar um do outro. Vou tentar.
Desde já o meu muito obrigado pela vossa compreensão. Nesse outro blogue fiz amigos fieis que me têm apoiado num momento difícil, contrariamente àqueles que fugiram a sete pés.
Neste blogue vou ser eu: directo, sincero, sem papas na língua (tecla) e sem subterfúgios. Sempre fui assim e não vai ser agora que vou mudar.
Sou trasmontano, ausente, praticamente desde miúdo, mas nunca esqueci as origens.
Mas já chega de paleio, sem interesse. Devo esta homenagem às gentes do Nordeste Trasmontano, tão desprezados que têm sido.
Não sei bem ao certo o que vai ser este blogue. Olhem é o que me vier à mona.
Beijinhos e abraços